Apêndice 2:
Desenvolvimento e avaliação inicial de protótipos
por Saul Greenberg

(veja também nossas notas de aulas, artigos e o livro texto sobre prototipação)

Passo 1: Desenvolvimento de protótipos de baixa fidelidade:

Utilize os usuários, tarefas e requisitos principais do sistema, coletados previamente, na forma de um documento de requisitos para lhe ajudar a realizar uma sessão de brainstorm para elaborar os primeiros protótipos da interface, da forma que ela deve parecer para o usuário. Você deve criar vários protótipos de baixo nível, por exemplo, sketches em papel, storyboards, ou Pictive (procure utilizar um método diferente para cada protótipo). Você deve pensar também sobre o modelo conceitual que o sistema deve passar ao usuário. Você não deve se preocupar com a beleza ou complitude do protótipo, mas com a representação geral e o estilo de interação de seu sistema. Cada protótipo deve conter as telas principais que ilustrem como o sistema funcionará como um todo, incluindo (talvez) um exemplo de interação baseado em algumas atividades principais.

Você deve utilizar os princípios apresentado em nossas aulas, assim como o seu próprio conhecimento sobre o desenvolvimento de outros sistemas (não há nada de errado em copiar idéias, desde que não seja ilegal!).

Dicas: para conseguir variedade, cada pessoa de seu grupo deve tentar criar alguns sketches antes de se reunirem para discussão. Você pode também conversar com as pessoas de sistemas do grupo, pois pode haver oportunidades existentes com a forma corrente de armazenamento e apresentação da informação (ou seja, se os usuários já estão usando o software), ou restrições que limitam o que você pode fazer (como se o sistema precisa rodar em Linux). Você também precisa ter em mente que há pessoas com mais talento para essas atividades que outras; essa atividade não deve se tornar uma competição!

Passo 2: Avaliação dos protótipos
O próximo passo é avaliar os protótipos.
  • Discuta cada protótipo para verificar seu potencial (ou seja, se há problemas óbvios com o modelo conceitual, se ele é incompreensível).
  • Realize um tipo de avaliação, como caminhada cognitiva, para cada uma das atividades principais e cada tipo de usuário. O protótipo junto com a tarefa cria um cenário. Mais detalhes serão fornecidos em sala de aula (leia também o apêndice 1).
  • Para as demais tarefas, obtenha reações e discussões com os clientes / avaliadores. Você pode descobrir que seus usuários finais tem muito a contar sobre outras tarefas e detalhes das tarefas que vocês não imaginaram.
Passo 3: Reconsidere as prioridades e tome as decisões preliminares
Baseado no exercício de prototipação e avaliação, você pode querer reconsiderar quais os usuários você realmente vai tratar assim como quais atividades e requisitos você deve suportar. É possível que você tenha sido excessivamente otimista sobre o que você poderia fazer!

Quando chegar nessa fase, você deve ter uma boa idéia de quais protótipos valem a pena investir um pouco mais, ou se você precisa recomeçar, e tome a decisão de como prosseguir. Se existirem mais de uma direção, você pode desejar estender cada uma um pouco mais. Se você não tiver nenhum candidato, volte ao passo 2.

DICA: não se sinta preso a nenhum protótipo. Essa á a fase de onde protótipos são fáceis de gerar e baratos de se descartar. Utilize esse tempo para explorar as alternativas de design. Embora você possa estar ansioso para iniciar a implementação, um design ruim nesse momento pode ter consequencias desastrosas e custosas mais tarde.

Passo 4: Refinamento e avaliação (a ser iniciado no passo 3)
Refina o seu protótipo considerando as particularidades de cada tarefa, as funções que precisam ser incorporadas, e as reações esperadas de cada usuário. Você pode começar a considerar aspectos mais sutis do design da interface nessa fase. Você deve continuar a avaliação da interface continuamente, quando apropriado. Usuários reais devem comentar sobre os protótipos. Você pode utilizar caminhadas cognitivas, avaliações heurísticas e outros métodos de observação.

Se você seguir esse processo, seus protótipos evoluirão a partir de uma série de idéias competidoras, para um único design rústico, para um design com telas de aparência realista, para sistemas com alguma funcionalidade. Ao longo do processo de refinamento, você deve sair dos protótipos de baixa fidelidade feitos em papel para prótotipos de média fidelidade feitos online ou usando alguma ferramenta para construção de interfaces. Você terá detectado e corrigido os principais problemas de design da interface, e poderá se concentrar em detalhes mais finos. Você pode chegar a construir protótipos verticais que podem simular algumas funcionalidades, mas que, para o usuário, parecerão como do sistema real.




Última atualização: quarta-feira, 29 dez. 2010, 20:59